Meus Olhos



Meus olhos são castanhos,
um castanho bem escuro.
Mas nem sempre.
Têm dias em que eu os sinto verdes, negros, azuis.
Dias em que tudo em mim fica nublado,
a espera de uma chuva fina que,

por ficar apenas na ameaça do céu,
me deixa seca.
E então, toda a sequidão do meu eu se reflete nos meus olhos,
que pesam,
que calam,
que doem.
Tem dias que acho a minha poesia partiu.
Mas então, as tuas cores me preenchem a vida.
E então, eu percebo que a poesia não é estado do peito,
é cor da alma,
cor que transparece nos olhos.
E és tu a cor primária de toda a aquarela que se mistura em mim.
Meus olhos.

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Adriana Almeida
Autora Blog